ESPECIAL: Entrevista com Maria da Conceição Costa: Legado de 50 anos na Ginástica Rítmica de São Paulo

Entrevista com Maria da Conceição Costa: Legado de 50 anos na Ginástica Rítmica de São Paulo

Na última semana, a cidade de Atibaia foi palco de uma homenagem mais que especial: a realização da Copa São Paulo Maria da Conceição Costa, uma competição que leva o nome de uma das maiores referências da Ginástica Rítmica no Brasil. Com mais de 50 anos dedicados à modalidade, Maria da Conceição Costa conversou com o site da Federação Paulista de Ginástica, compartilhando sua trajetória, emoções e perspectivas para o futuro.


FPG: Maria, fala um pouquinho da sua trajetória. Como foi esses mais de 50 anos envolvidos com a Ginástica Rítmica?

Maria da Conceição: Sim, já estou quase completando meio século de trabalho na ginástica. Nunca parei, atuando tanto como técnica quanto como árbitra. Sou árbitra internacional desde 1980, e esse trabalho de validação do brevê acontece a cada quatro anos. Passei por muitos clubes, treinei diversas equipes e tenho um legado bastante grande. Hoje, tenho um número considerável de ex-ginastas que se tornaram técnicas. É muito gratificante ver o crescimento do esporte em São Paulo e no Brasil. Lembro-me, por exemplo, de ter montado a primeira coreografia de mãos livres obrigatória da Federação Paulista, um trabalho que continuei por alguns anos até que um grupo de profissionais assumisse essa responsabilidade. Tudo isso me traz uma grande satisfação.


FPG: Quais momentos marcantes desses 50 anos de carreira você gostaria de destacar?

Maria da Conceição: São muitos momentos especiais. Recordo com carinho quando fui convocada como técnica da Seleção Paulista para os Jogos Escolares Brasileiros, quando as ginastas treinavam no Baby Barione, em São Paulo. Foi uma época muito marcante, o início do meu trabalho de verdade. Além disso, tive a oportunidade de participar de dois campeonatos mundiais como técnica, treinei a ginasta Marta Cristina Schorost que participou das olimpiadas de Barcelona. Também participei de vários campeonatos mundiais, Copas do Mundo, Pan-Americanos e Sul-Americanos como árbitra. Essas experiências formaram uma trajetória repleta de momentos inesquecíveis.


FPG: Como você se sentiu ao saber que uma Copa levaria seu nome?

Maria da Conceição: Eu chorei muito, de emoção. Quando soube que haveria um torneio com meu nome, fiquei extremamente emocionada. Na cerimônia, consegui conter as lágrimas, mas a emoção era grande. Foi um momento muito especial também porque consegui levar minha família comigo. Sou apaixonada pela ginástica rítmica, e, ao longo dos anos, abri mão de muitos feriados e finais de semana ao lado deles para dedicar-me ao esporte. Ver minha família ali, presente na homenagem, foi algo que me tocou profundamente.


FPG: Como você avalia a ginástica rítmica atualmente em São Paulo e no Brasil?

Maria da Conceição: Sinto que a federação vem evoluindo bastante, especialmente com o trabalho da Rose Zanetti e agora da Adelita Andrade. Vejo um comitê muito atuante, que tem conseguido aumentar o número de ginastas e de competições. Para mim, é uma satisfação enorme ter um campeonato com meu nome. A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) também tem crescido bastante em todas as modalidades, e a rítmica tem se destacado por sua participação em Copas do Mundo, medalhas conquistadas, e agora, pela primeira vez, sediando um Campeonato Mundial no Rio de Janeiro. Isso mostra o quanto o esporte evoluiu e conquistou seu espaço.


FPG: E qual o legado que você deseja deixar para a ginástica?

Maria da Conceição: Acredito que já contribuí bastante. Tenho muitas técnicas que foram minhas ginastas, e ainda trabalho como consultora em outras equipes, auxiliando técnicos com avaliações, correções e montagem de coreografias. Ainda quero atuar na arbitragem enquanto minha saúde permitir, e pretendo continuar ajudando o esporte de alguma forma. Meu sonho é que minha experiência possa contribuir para o crescimento contínuo da ginástica rítmica no Brasil.

Maria da Conceição Costa é uma verdadeira pioneira e referência na ginástica rítmica brasileira. Sua dedicação, paixão e legado permanecem vivos, inspirando novas gerações a continuar elevando o esporte em São Paulo e no Brasil.

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