Pela valorização da Ginástica Aeróbica, FPG traz Campeonato Brasileiro para o Estado

Há 15 anos, em 2007, foi a última vez que os atletas paulistas da modalidade puderam disputar uma competição em casa. Desde então, nenhum outro torneio nacional de Ginástica Aeróbica foi feito em solo paulista.

Buscando a disseminação da ginástica, em todas as suas formas, no Estado de São Paulo.  A Federação Paulista de Ginástica, em parceria com a Confederação Brasileira de Ginástica traz para o Estado novamente o Brasileiro;

Entre os dias 04 e 18 de setembro, acontecerá em São Caetano do Sul, no ABC paulista, o Campeonato Brasileiro e XVIII Torneio Nacional – de todas as categorias da Ginástica Aeróbica. Frisson das academias na década de 90, a Ginástica Aeróbica se tornou, anos mais tarde, sinônimo de competição de alto rendimento.

“No início dos anos 90 era mesmo uma aula de ginástica mais coreografada e aí começaram a entrar mais elementos mais relacionados à ginástica artística. Dois, três anos, saiu da aula para algo de mais performance. A coreografia era mais valorizada”, lembrou Marcelo Borelli, preparador físico da equipe de Ginástica Aeróbica da Sociedade Esportiva Palmeiras há 18 temporadas.

A técnica e coreógrafa do Palmeiras, Cláudia Gomes, primeira campeã brasileira individual feminino adulto da modalidade e medalhista de prata no Mundial de 1992, lembra das mudanças da modalidade até agora.

“Uma coisa interessante, no decorrer desse tempo, tínhamos uma aeróbica mais show, com 2 minutos e 45 de coreografias. Hoje tem 1 minuto e 15 para as categorias de base e 1 minuto e 20, 1 minuto e 25 para as categorias superiores e eles estão agora, depois de muita tentativa de fortalecer o esporte, de colocar elementos de dificuldade com mais performance”, contou.

E, justamente, pensando no fortalecimento da modalidade, a FPG, em parceria com a CBG traz neste semestre para o Estado de São Paulo, o Campeonato Brasileiro da modalidade. A iniciativa foi comemorada por Borelli e Cláudia, referências da Ginástica Aeróbica no país.

Sob a tutela da dupla, a ginástica aeróbica esportiva palestrina foi campeã estadual geral com premiações coletivas conquistadas nas categorias Infanto-juvenil, Juvenil e Adulto. São 13 títulos consecutivos. “Estamos felizes que a Federação Paulista depois de tantos anos vai fazer o Brasileiro por aqui. Estamos muito felizes. Está sendo fantástico”, declarou.

Borelli relembra que é preciso o empenho direto das federações para a disseminação do esporte no Estado e nas escolas. “Participamos desde 2003 das competições da CBG e foi só uma vez em São Paulo. A única vez foi em 2007 porque era vinculado ao projeto de Guarulhos e ter a competição aqui faz a diferença para ter os amigos, a família. Uma torcida. Na Ginastica Aeróbica pode torcer, a inciativa da Federação Paulista é fantástica”.

O projeto ao qual Borelli se refere era o Programa Aeróbica nas Escola que fazia parte do Projeto Segundo Tempo que, no contra turno escolar oferecia aulas esportivas e culturais para os alunos. “Nesse projeto capacitamos mais de 120 profissionais para trabalhar no desenvolvimento da base. Quando acabou o projeto tínhamos mais de 4 mil crianças fazendo ginástica aeróbica em Guarulhos”, relembra.

Com a mudança de gestão por lá, o projeto acabou. E, justamente a falta de continuidade de projetos para a base é, segundo eles, o grande problema da falta de disseminação da modalidade. Para eles, é preciso fomentar o esporte nas escolas. Essa questão está sendo estudada pela Federação Paulista de Ginástica.

Além disso, Cláudia reforça que, diferente das outras modalidades, a Ginástica Aeróbica pode ser disputada até idades mais avançadas que a Ginástica Artística, por exemplo. “É um esporte que te permite competir até bem mais tarde. Temos atletas no último mundial com 32, 33 anos…. ainda competindo em alto nível”, afirmou.

Para a treinadora, os técnicos de outras modalidades podem olhar com carinho para as suas atletas que vão atingir uma idade que já não se compete em alto rendimento e redirecioná-las para a GAE. “Esses técnicos entendendo que a carreira dessas meninas que amam a ginastica não finalizam no tempo da modalidade delas, elas podem migrar para a ginástica aeróbica e realmente se destacar, porque elas têm uma base técnica, física, entendimento musical… carisma. Estamos tentando isso, resgatar alguns técnicos para conhecer”, acrescentou.

O resgate da modalidade também passa por dentro do Palmeiras. Segundo Borelli, nos últimos anos o perfil da modalidade dentro do clube mudou. “Hoje o foco é trazer o associado para a prática esportiva. Que eles participem das atividades, das competições e achamos isso muito bom. As meninas estão evoluindo muito”.

Por isso, para o preparador físico, a expectativa é grande para o Brasileiro em setembro. “É um legado para defender. O Palmeiras já foi heptacampeão brasileiro por equipe e a mística da camisa conta”.

“Estamos ansiosos, porque não competimos desde 2020. 2021 houve competição e nós do SEP não participamos em 2021 devido ao nosso retorno presencial, que aconteceu em agosto e o campeonato seria nos meses seguintes. Temos uma equipe em formação e queremos chegar na competição com uma equipe que será competitiva”, acrescentou Cláudia.

Para os palestrinos, o fomento da modalidade que está sendo promovida pela FPG é fundamental para a volta dos clubes de GAE. “O que se está tentando fazer agora, é resgatar a base para que a aeróbica entre como uma nova ferramenta da ginástica, pensando na massificação dela. Precisamos dos clubes, que abram seus espaços para a Ginástica Aeróbica”, finalizou Borelli.

Foto: Site Oficial da Sociedade Esportiva Palmeiras

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